12/11/2011

Tudo está perdido, então?

Tenho a mania de usar aquele ditado "Familia a gente não escolhe, né?", mas apesar dos altos e baixos, eu amo a que eu tenho. Meu pai resmungão com mentalidade lá dos anos 50, minha mãe fofinha e pequena e que ás vezes penso ser mais do que eu mereço, e até meu irmão wannabe rapper (só não conta isso pra ele senão o ego infla até o fim do ano que vem). Por isso hoje resolvi abrir mão de horas preciosas do meu sono de domingo, pra acordar cedo e ajudar minha mãe lavando roupas. Mas nisso meu pai chegou e disse que os amigos dele fariam um churrasco e todos levariam as famílias, então ele gostaría que fóssemos com ele. Beleza, já tava no clima 'familiar' hoje, por isso fui.

Eu já imaginava que não seria divertido, mas não imaginei que eu fosse chegar ao nível de ter que jogar no celular pra poder aliviar o tédio e fugir de conversas desnecessárias com desconhecidos bêbados.
Mas entre as conversas das quais não consegui escapar, teve uma que me chamou a atenção e me fez pensar sobre algumas coisas. Um amigo sentou do lado da amiga da minha mãe e eles ficaram falando de como era dificil criar os filhos, que não pode ser liberal demais senão eles abusam, mas também não pode fechar o cerco demais senão eles arranjam um amor, se revoltam e fogem, etecétera e tal. Mas a mulher rebateu dizendo que não, não tem essa de não pegar pesado, que filho tem que ser criado sobre rédea firme e blá blá blá. Nisso, sabe-se-lá-Deus por quê, o homem virou pra mim e perguntou:

"-Ô filha, quantos anos cê tem?
-18 (demorei um pouco a processar e responder porque tava batendo todos os recordes dos joguinhos de celular)
-E cê tem namorado?
-Tenho não.
-Mas por que, gente? Uma menina bonita dessa deveria estar aproveitando a vida!
-É que eu prefiro estar solteira do que namorando alguém que não valha a pena. Ter um relacionamento que dure e seja bom com alguém que eu goste e que goste de mim, do que ficar me desgastando com algo que não vai pra frente.
-Iiiiiih, então cê vai ser dessas que chega nos 40 sozinha e cheia de gato. Nenhum homem presta não, menina. Cês são boas demais, mas homem é tudo cabeça oca. Se contenta com um que trabalhe e que te leve pra sair de vez em quando e reza pra ele não te trair. Se tu ficar esperando algo diferente disso vai morrer sozinha."

Depois disso ele continuou a conversar com a amiga da minha mãe, mas esse diálogo mencionado acima foi ecoando na minha cabeça e criando uma teia de pensamentos e questões sobre o assunto.
Sempre fui muito categórica sobre essa questão de relacionamento. Sou uma romântica meio incorrigível e com alguns problemas (do tipo: ver amor onde não tem), e sempre achei melhor estar sozinha do que mal acompanhada. Então eu penso sobre ter um relacionamento bom, com uma pessoa que goste de mim, e isso soa como loucura? E ainda me dizem que eu tenho duas opções: ou ficar com qualquer um, ou morrer sozinha? Ter uma relação de amor, cumplicidade, lealdade, amizade, alegria, algumas brigas (porque nada é perfeito) e reconciliações tá fora de questão?

Perguntinhas chatas, né?

Mas depois de muita reflexão resolvi ficar tranquila, porque sei que idade não quer dizer sabedoria, e que aquele senhor que se achava tão inteligente e confiante de suas palavras, não poderia estar mais errado. O cara certo, que vale a pena, e todas as coisas clichês que eu já mencionei ali em cima, tá por aí. Pode não ser hoje, nem amanhã, mas um dia a gente se esbarra por aí. Mas caso a gente não se encontre e eu tenha mesmo que ficar sozinha, não vou ter vários gatos. Terei cachorros porque eles são bem mais amáveis =)

"Faith". =)

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